8 de nov. de 2005

Sempre ao mar

Que se esgotem os prantos
Que por vezes são tantos
Que se faça um silêncio
Uma pausa, um pensar
Que se juntem as dores
Os espinhos, os temores
Tudo aquilo que é sombra
E esqueçamos no mar

Que se perca o tempo
Que se escoem os dias
Que se perca o lamento
Inquieto ao calar
Não só por tormento
Não só porque havias
De perder-te no mundo
Pra te encontrares no mar

Que o dia resista
Que a noite persista
Naquele momento
Naquele lugar
Onde a vida é serena
A brisa é amena
E dali só saia
Pra banhar-se no mar

E em cada viagem
Que se tenha coragem
Que se traga no peito
O coração a cantar
Pois a vida tortura
A vida amargura
Mas, pra todas as dores

Sempre haverá o mar